O ÚLTIMO HOMEM
Mary Shelley
O fim nunca esteve tão próximo. O último homem, escrito por Mary Shelley pouco tempo depois da morte do esposo, é um misto de pessimismo, autobiografia e reação a Percy Shelley, cujos ideais românticos não são capazes de salvar os protagonistas do derradeiro fim. Quase duzentos anos após a publicação original, o livro que chocou os críticos do século XIX está mais atual do que nunca — de outras formas, mas ecoando o mesmo som.
É aqui que a célebre autora de Frankenstein registra uma história de guerras, de amores trágicos e, como não poderia deixar de ser, da extinção da raça humana. Em um futuro não mais distante, Lionel Verney vê cada um de seus amigos cair vítima de uma doença que, entre fanáticos e negacionistas, deixa cada vez mais clara a inexorável força da natureza. Ficção apocalíptica ou profecia acertada?
AUTORIA

Mary Wollstonecraft Shelley (1797-1851), mais conhecida por Mary Shelley, escritora britânica, e uma das precursoras da literatura de ficção. A sua obra mais famosa é Frankenstein, ou moderno Prometeu, escrita entre os anos de 1816 e 1817. O romance obteve grande sucesso e gerou um novo gênero de horror, tendo grande influência na literatura e cultura popular ocidentais. Ap ós o casamento de Mary com Percy Shelley, um dos expoentes do Romantismo inglês ao lado de Lorde Byron, o casal mudou-se para Itália, aonde Mary viria a perder o marido em um trágico acidente de barco, em 1822, lançando-a num período de recolhimento. Nesse período, Mary organiza a vasta produção poética do marido e ainda encontrou tempo para produzir outras obras, contudo sem a mesma qualidade de Frankenstein. A sua produção literária esteve por décadas ofuscada pela relevância da obra poética do marido, facto que a crítica especializada tem revisto, vislumbrando-se características que acabariam por influenciar toda uma geração de escritores. Em 1826, Mary Shelley produz o que a crítica contemporânea considera como sendo a sua melhor obra O último homem: The last man, pioneira da ficção-científica e do romance distópico que influenciaria toda uma geração de escritores do gênero.